A criança de 11 anos de idade que foi encontrada embaixo de uma cama na penitenciaria Colônia Agrícola Major César Oliveira, nesse último sábado (30/09), localizada entre as cidades de Teresina e Altos, estava na mesma cela do detento José de Ribamar Pereira Lima, que cumpre pena por estupro.
A coincidência, segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), José Roberto, pode ser o anúncio de “uma indústria de prostituição de menores patrocinada pelo Estado”. Pela avaliação do presidente, a Secretaria de Justiça do Estado do Piauí (Sejus), pode estar permitindo através desse tipo de acesso e falhas na segurança, que pessoas externas facilitem o aliciamento de menores nas dependências dos presídios.
“Todo o problema ocorreu porque a Sejus permitiu que eles [pais] entrassem com a criança. Isso está errado, podem estar patrocinando o abuso sexual de menores”, reafirmou José Roberto.
Ainda de acordo com o presidente do Sinpoljuspi, o pai da criança é ex-presidiário e estava no local “para visitar amigos da época em que estava preso”. “Ele sempre vai visitar os amigos, é ex-presidiário e vai sempre com a família lá. Como é que a Sejus permite que ex-detentos retornem lá pra visitar os amigos e ainda levem a família toda?”, denunciou o presidente.
Ouvidos pela Central de Flagrantes, os pais da criança alegaram ter deixado o filho no local para pernoitar por saberem que no dia seguinte, iriam retornar ao presídio. “Eles alegaram na delegacia que deixaram a criança porque iriam voltar no domingo pra continuar a visita deles. Aí o menino iria dormir lá. Pode um negócio desses?”, confirmou José Roberto.
Em contato com a Sejus, a assessoria informou ao OitoMeia, que o caso está sendo investigado e que apenas a polícia poderá dar mais informações dos motivos pelos quais a criança teria permanecido no presídio. A assessoria ainda confirmou que de fato a cela onde a criança foi encontrada, aloja um acusado de estupro.
Entenda o caso
Além dos dias habituais do meio de semana, o presídio recebe visitas aos sábados e domingo. Nesse último final de semana, mais precisamente no sábado (30/09), a vigilância da Major César teria sentido falta de um visitante ao final do horário de visitas. Nas buscas, descobriram que tratava-se de uma criança que não teria retornado.
O garoto que tem 11 anos de idade foi encontrado escondido embaixo de uma cama, dentro da cela de um detento. Os pais foram acionados, ainda na saída do presidio e conduzidos a Central de Flagrantes para explicar os motivos de terem deixado o filho no presidio.