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Política

Planalto isola ex-aliados de Cunha na disputa pela Câmara dos Deputados

Margella Furtado - 4 de janeiro de 2017 às 12:19

Embora o presidente Michel Temer diga oficialmente que o governo se mantém neutro na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, seus auxiliares com melhor trânsito partidário atuam para esvaziar as candidaturas vinculadas ao Centrão e descartam apoiar os nomes do bloco informal que se apresentaram até o momento.

O presidente Michel Temer afirma que o Planalto se manterá neutro na disputa pela Câmara dos Deputados, porém auxiliares atuam nos bastidores para esvaziar as candidaturas / (Foto: Reprodução)
O presidente Michel Temer afirma que o Planalto se manterá neutro na disputa pela Câmara dos Deputados, porém auxiliares atuam nos bastidores para esvaziar as candidaturas / (Foto: Reprodução)

O Palácio do Planalto não pretende dar aval aos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO) – ex-aliados do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – mesmo se a candidatura do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), for barrada no Supremo Tribunal Federal (STF).

Rosso, que tem sido tratado com deferência por Temer, não conta, porém, com a adesão do próprio PSD, partido que, nos bastidores, apoia Maia. A avaliação é de que o deputado do Distrito Federal se lançou por sua conta e risco. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente consideram que ele pode desistir do páreo.

O outro nome do Centrão, Jovair Arantes, é visto como “imprevisível” e encontra resistência em partidos do bloco como PR e PP, que negociam mais espaço no governo em eventual reforma ministerial. O Planalto está convencido de que Maia será reeleito, apesar das pendências jurídicas que pesam sobre sua candidatura. Também avalia que os nomes apresentados até agora pelo Centrão não têm condições de fazer frente ao parlamentar do DEM.

A leitura no governo é de que o agrupamento partidário perdeu força após a cassação e prisão de Cunha, acusado de envolvimento em desvios na Petrobrás. Para o Planalto, o bloco informal nunca foi homogêneo e atuaria na Câmara mais como um grupo de pressão do baixo clero do que focado nas reformas planejadas para 2017.


Margella Furtado