Nojo, vergonha, falta de respeito, dentre outros vários adjetivos usados por mulheres contra o vídeo de um homem olhando por baixo da saia de uma mulher na fila do caixa de um supermercado. A gravação viraliza entre os grupos de WhatsApp de Teresina e as pessoas supõem que o fato aconteceu num estabelecimento da capital. À ocasião, o assediador está sendo chamado de “Tarado do Atacadão”, em alusão a uma das maiores redes atacadistas do país, onde supostamente o caso aconteceu.
O OitoMeia teve acesso a algumas capturas de tela de um grupo onde o vídeo, filmado pelo sistema de segurança do supermercado das imagens, foi compartilhada. A indignação de mulheres e homens é coletiva. “Mais que porra é essa?”, pergunta um usuário do aplicativo. “Sério que isso é aqui [Atacadão de Teresina]?”, chama a atenção uma mulher do grupo. “Parece que é [em Teresina]”, informa quem compartilhou o material.
A legenda do vídeo dizia o seguinte: “O tarado do Atacadão… Tem que compartilhar até chegar à família dele. É uma vergonha, falta de respeito. Alguém conhece este idiota?”. O tom de raiva alterou os ânimos dos integrantes do grupo, quando uma pessoa ponderou sobre a autenticidade das informações. “Só deus sabe a cidade onde isso aconteceu. Tem Atacadão no Brasil todo”, comenta.
O OitoMeia tirou a história a limpo e confirmou que o fato não aconteceu em Teresina, pelo menos de acordo com informações do atendimento do Atacadão de Teresina. Em contato com a delegada Vilma, responsável por uma das delegacias da Mulher da capital, a mesma destaca que não tinha conhecimento do fato, mas que agradece à imprensa no que diz respeito a tal postura em defesa da dignidade feminina, embora o caso não tenha acontecido onde os boatos supuseram.
“Se existe esse vídeo, tem-se a certeza que o fato acontece. Não deixa de ser uma preocupação que temos que falar e divulgar o que é necessário. A própria empresa pode interferir porque a vítima está dentro do supermercado, pois o estabelecimento é protetor dos seus clientes, sejam nos aspectos físicos, emocionais e econômicos. A dignidade e a liberdade de ir e vir da mulher deve ser respeitada. Então, acho que isso é uma contribuição”, conclui a delegada.